As dores lombares são um dos motivos mais frequentes para consultas médicas. Essa dor geralmente é caracterizada por problemas no sistema musculoesquelético – incluindo a coluna vertebral, vértebras, músculos, ligamentos e os discos que dão a sustentação.

Esse tipo de dor é muito mais frequente em pessoas idosos – tornando-se mais frequente conforme a pessoa envelhece.

As dores lombares e a coluna vertebral

Para podermos entender mais como as dores lombares ocorre, precisamos entender como a coluna vertebral é formada. Ela consiste em vértebras, que são envoltas a uma camada de cartilagem, e acolchoadas e separadas por discos de absorção de impacto, feitos de material gelatinoso e fibrocartilagem. Sendo fixos por músculos e ligamentos, incluem:

·         Músculos paravertebrais pequenos;

·         Dois músculos eretores da coluna vertebral – na parte posterior da extensão da coluna;

·         Dois músculos iliopsoas – ambos dos lados que percorrem a parte posterior da extensão da coluna.

Todos esses músculos auxiliam a estabilizar a coluna vertebral. Entretanto, os músculos abdominais – que percorrem a parte inferior da caixa torácica até a pélvis – também conseguem ajudar a estabilizar a coluna vertebral ao proporcionar o suporte dos conteúdos abdominais.

Mas pode ser ciático ou hérnia de disco?

O nervo ciático é considerado o maior do corpo – sendo a junção de diversas raízes nervosas que saem da região da coluna e se encontram na parte dos glúteos, descendo até o pé. Apesar de sair da região lombar, muitas vezes a dor não tem nada a ver com o ciático.

Muitas vezes, o ciático está relacionado com a hérnia de disco – se manifestando quando os discos intervertebrais escapam para fora do seu eixo normal. Isso comprime a raiz nervosa da região e pode provocar dor intensa.

Nesse caso, o desconforto consegue ser muito característico: a dor começa no glúteo, desce por trás da coxa e vai até o pé – com uma sensação aguda de formigamento e choque que chega a ser incapacitante. Uma vez definido que a hérnia é a causa da dor, o tratamento normalmente inclui medicamentos e fisioterapia, além de repouso relativo.

Quais podem ser as causas?

Como temos muitas estruturas na coluna – sendo eles os tendões, músculos, ossos, ligamentos, articulações e o disco intervertebral – há inúmeras causas diferentes para as dores lombares.

A maioria das dores pode ser causada por conta do uso excessivo ou do mau uso das estruturas da coluna vertebral – sendo pelos esforços repetitivos, pequenos traumas, erro na postura, excesso de peso ou condicionamento físico inadequado.

Outras causas podem incluir doenças inflamatórias, como infecções, espondilite, tumores e entre outros.

Quais seus tipos?

Podemos ter até 3 tipos de dor, que são:

·         Dor local

Quando ocorre em alguma região bastante específica da lombar. É o mais comum, e a causa é geralmente uma pequena lesão discal, entorse, distensão muscular, artrite na articulação e outros tipos de lesão. A dor pode ser latejante, constante, aguda ou intermitente.

A dor pode se agravar ou aliviar-se por mudanças de posição da postura. Quando agravada, pode ficar sensível ao toque e ocorrer pequenos espasmos musculares.

·         Dor referida

Esse é o tipo de dor que pode ser sentida em um local diferente da causa real da dor. A dor referida a órgãos internos para a região lombar tende a ser profunda e latejante – sendo difícil de apontar o local exato. Muitas vezes, não há uma piora com o movimento.

·         Dor irradiada

Chamam-nas de dor surda e latejante, que pode ocorrer da lombar e ir descendo pela perna, onde se torna aguda e intensa. Pode envolver apenas um lado da perna ou a parte de trás, mas nunca a perna inteira.

Ela pode ocorrer por todo o caminho até o pé ou só até o joelho. Geralmente, ela pode indicar a compressão de alguma raiz nervosa causada por outras condições, como osteoartrite, hérnia de disco e entre outros. Se a pressão na raiz nervosa for grande ou se a medula espinhal também estiver comprimida, a dor pode ser acompanhada por fraqueza muscular na perna, sensação de formigamento ou até mesmo a perda de sensibilidade.

Fatores de risco

Fatores de risco são as condições que podem deixar a pessoa mais propensa às dores lombares. Podemos dizer que são fatores de riscos:

·         Mulheres;

·         Pessoas com idade superior a 50 anos de idade;

·         Obesidade;

·         Sedentarismo;

·         Ansiedade;

·         Depressão

·         Passar muito tempo sentado;

·         Febre persistente;

·         Traumas;

·         Uso de drogas injetáveis;

·         Rigidez;

·         Infecções recentes;

·         Incontinência urinária;

·         Fraqueza muscular;

·         Uso de corticoides;

É preciso ficar atento a todas essas condições – assim você evita as dores lombares e outras possíveis complicações.

Tem tratamento?

Quando a causa da dor consegue ser diagnosticada, ela pode ser facilmente tratada. A prescrição dos medicamentos certos para determinadas condições deve ser feita exclusivamente por um profissional da saúde.

Entretanto, não existe um tratamento específico para dor musculoesquelética por conta de esforço físico – nem para muitas outras causas. No entanto, muitas medidas podem ajudar. Geralmente, estas medidas preventivas também são utilizadas quando a raiz nervosa espinhal é comprimida.

Quando a dor é recente, o tratamento pode começar ao evitar atividades que estressam a coluna vertebral e causam dor – como levantar objetos pesados e se curvar. O repouso não acelera a melhora da dor, e a maioria dos especialistas recomenda a atividade moderada continuada.

Quando o repouso é necessário para o alívio de dores, não se deve durar mais de 1 ou 2 dias. Repousos mais duradouros enfraquecem os músculos centrais e aumentam a rigidez, piorando assim a dor nas costas e retardando a recuperação.

As medidas de prevenção

Geralmente, para se evitar dores lombares basta mudar a rotina de vida. Muitas vezes, essa dor pode decorrer de algo que estamos muito acostumados a fazer – e que isso, agora, gera resultados maléficos. Algumas medidas que recomendamos são:

·         Melhorar a postura;

·         Praticar exercícios físicos com moderação;

·         Controlar o peso;

·         Balancear a alimentação;

·         Em caso de dor, aplicar fonte de calor ou frio na área dolorida;

·         Evitar tabaco e bebidas alcóolicas;

·         Ao passar muito tempo sentado, fazer um intervalo de alguns minutos para andar ou se alongar um pouco.