O mosquito Aedes aegypti é temido por muitos por ser conhecido por transmitir a dengue, mas além de transmitir a dengue, o mosquito aedes aegypti também é o transmissor de outras doenças tão perigosas quanto a dengue.

O que é o mosquito Aedes Aegypti?

O mosquito Aedes aegypti é um pernilongo considerado doméstico e de vida urbana, sendo mais comum em áreas com grande concentração populacional.

Ele é menor do que os mosquitos comuns, é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. Suas asas são translúcidas e o ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano.

O macho, como de qualquer espécie, alimenta-se exclusivamente de frutas. Já a fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos que são depositados separadamente nas paredes internas dos objetos, próximos a superfícies de água limpa, local que lhes oferece melhores condições de sobrevivência. 

Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo, transmitirão a doença também.

Quais doenças que o mosquito Aedes aegypti pode transmitir?

O mosquito Aedes aegypti pode transmitir quatro doenças:

Dengue

A dengue é uma doença febril aguda causada por vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Muitas vezes, os sintomas do tipo mais leve da doença são confundidos com a gripe, enquanto sua forma mais grave, a dengue hemorrágica, pode levar à morte.

A infecção por dengue pode ser assintomática ou ter sintomas graves, que incluem:

  • Febre alta repentina, acima dos 39 graus;
  • Dores atrás dos olhos, cabeça e articulações;
  • Prostração;
  • Manchas vermelhas e coceira na pele.
  • Dor abdominal intensa;
  • Sangramentos de mucosas, como nariz e gengiva;
  • Vômitos;
  • Diarreia.

A dengue em si não possui cura, sendo que apenas os sintomas são tratados. Por isso, a prevenção é a melhor alternativa.

Zika

O Zika Vírus é uma infecção causada pelo vírus Zika. Sendo a maior preocupação com o zika vírus é a sua relação com casos de microcefalia e alterações neurológicas em bebês cujas mães tiveram contato com o vírus durante a gravidez — mesmo que não tenham manifestado sintomas.

A doença é assintomática em 80% dos casos, e quando os sinais aparecem, costumam ser brandos, como febre baixa, manchas vermelhas na pele, coceira, dores leves nas articulações e olhos vermelhos. Em alguns casos também pode haver dor de garganta, tosse, vômitos e inchaços no corpo.

Não há um tratamento específico para o vírus da zika e apenas os sintomas são tratados.

Chikungunya

A chikungunya é assintomática em cerca de 30% dos casos. Seu maior perigo é se tornar incapacitante, causando dores articulares intensas por até seis meses após o contágio.

Os sintomasincluem:

  • Febre de início repentino;
  • Dores fortes nas articulações, especialmente tornozelos, joelhos e pulso;
  • Dores de cabeça;
  • Manchas vermelhas pelo corpo.

Não há um antiviral específico para tratar a chikungunya. Tratam-se os sintomas com remédios para aliviar as dores — além do repouso e da hidratação.

Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano, ao contrário de algumas crenças populares, a doença não é transmitida de pessoa para pessoa.

Desde 1942, o Brasil não registra nenhum caso de febre amarela transmitida pelo Aedes aegypti — a chamada febre amarela urbana. Sendo que os casos registrados são de febre amarela silvestre, transmitida por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. 

Independentemente da espécie do mosquito, o vírus é o mesmo e se manifesta com os seguintes sintomas:

  • Febre de início súbito;
  • Calafrios;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dores nas costas e no corpo;
  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga e fraqueza.

A maioria das pessoas tem apenas esses sintomas iniciais, melhorando em seguida. No entanto, em cerca de 15% dos casos, há um breve período — de algumas horas a um dia — sem a manifestação de sintomas para, então, aparecer uma forma mais grave da doença.

Nesses casos, os sintomas são:

  • Febre alta;
  • Icterícia (pele e a parte branca dos olhos com cor amarelada);
  • Hemorragia, especialmente no trato gastrointestinal;
  • choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

Como nas demais doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, não há um tratamento específico para febre amarela. Os sintomas são controlados com medicamentos. Porém, ao contrário das outras doenças citadas, existe vacina para a febre amarela, sendo a melhor forma de se prevenir.

Como evitar a transmissão destas doenças? 

A melhor forma de se evitar as doenças é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito Aedes aegypti. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos, lixeiras, entre outros.

Outra forma de prevenir a picada é com o uso de repelentes, de roupas compridas e com mangas longas ou vestes de cor branca.

A única doença entre as citadas anteriormente que pode ser prevenida com vacina é a febre amarela, sendo extremamente eficaz.

Dicas de prevenção para viajantes

O período de maior transmissão destas doenças coincide com o verão. Isto devido aos fatores climáticos favoráveis a proliferação de seu vetor, o Aedes aegypti. Para quem vai viajar e deixar a casa fechada, é importante não deixar nenhuma oportunidade para o vetor proliferar, por exemplo, removendo água dos vasos de planta, deixando a caixa d’água tampada, retirando a água de grandes reservatórios, como as piscinas, e removendo do ambiente todo material que possa acumular água (garrafas pet, latas, pneus).

Em caso de viagens para áreas de risco, é importante hospedar-se em locais que disponham de ar condicionado ou telas de proteção nas portas e janelas, além de mosquiteiros. Recomenda-se, também, a adoção de medidas de proteção individual para reduzir o risco de infecção, tais como: o uso de calças compridas, meias, sapatos fechados e repelentes.