Podemos caracterizar as doenças autoimunes como condições que acontecem quando o nosso sistema imunológico ataca e destrói os tecidos saudáveis do corpo por engano.

O que são doenças autoimunes?

Quando nosso sistema imunológico funciona normalmente, os glóbulos brancos – que são produzidos na medula óssea e encontradas no nosso sangue – ajudam a proteger o corpo contra substâncias invasoras e nocivas – que podemos denominar como antígenos. Os glóbulos são fundamentais, pois são eles que produzem os anticorpos que mantém nosso organismo protegido dos antígenos, destruindo-os.

Entretanto, nas doenças autoimunes, o sistema imunológico simplesmente não é mais capaz de distinguir o que são antígenos e os tecidos saudáveis do nosso corpo – que acaba atacando e destruindo as células normais e saudáveis.

Sendo assim, os exames de check-up anuais podem ser muito eficazes na hora de diagnosticar alguns tipos de doenças autoimunes.

Quais as doenças autoimunes mais comuns?

Há mais de 80 tipos diferentes de doenças autoimunes – sendo que, estima-se que 5% da população mundial sofra com ao menos uma delas. Destacamos algumas das condições mais comuns, sendo elas:

Vitiligo

Essa é uma das doenças autoimunes caracterizada pela perda da coloração da pele. Essas lesões são formadas pela diminuição ou ausência de melanócitos – as células responsáveis pela melanina, pigmentação que dá cor à pele. O vitiligo pode atingir regiões diversas da pele e do corpo.

Sua característica principal é a aparição de manchas brancas na pele, com distribuição característica ou não. O tamanho delas pode variar bastante, tanto do organismo da pessoa quanto da região que foi afetada. Há três formas de classificar esta doença: segmentar ou unilateral, não segmentar ou bilateral e generalizada.

Pessoas que sofrem com esta doença estão propensas a algumas complicações bastante desagradáveis, como: perda de audição, sofrimento social ou psicológico, problemas oculares (inflamação da íris) ou queimaduras solares e câncer de pele.

Muitas vezes essa doença tem poucos efeitos colaterais físicos no corpo. As complicações mais graves podem afetar os ouvidos e os olhos, mas não são comuns.

Diabetes do tipo 1

Diabetes mellitus, comumente conhecida como diabetes, é uma doença metabólica que causa níveis elevados de açúcar no sangue. O hormônio insulina move o açúcar do sangue para as células para ser armazenado ou usado como energia. Com esse distúrbio, seu corpo não produz insulina suficiente ou não pode efetivamente usar a insulina que produz.

O alto nível de açúcar no sangue não tratado pode prejudicar seus nervos, olhos, rins e outros órgãos.

O tipo 1 é uma doença autoimune. O sistema imunológico ataca e destrói as células do pâncreas, onde a insulina é produzida. Não está claro o que causa esse ataque. Cerca de 10% das pessoas têm esse tipo.

Os sintomas do tipo 1 podem incluir:

·         Fome extrema;

·         Aumento da sede;

·         Perda de peso involuntária;

·         Micção frequente;

·         Visão embaçada;

·         Cansaço;

·         Mudanças no humor.

Esclerose múltipla

A Esclerose Múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune – ou seja, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central (que compreende o cérebro e medula espinhal) provocando, portanto, lesões cerebrais e medulares.

O revestimento dos neurônios – denominado de Mielina – sofre o ataque por células do sistema imunológico, resultando na interrupção do fluxo normal dos impulsos elétricos ao longo das fibras nervosas.

Este dano pode ocorrer em diferentes locais, fazendo com que os sintomas variem de pessoa para pessoa. As áreas da Mielina que sofrem inflamação são referidas como “lesões” ou “placas”.

A Esclerose Múltipla (EM) pode causar diversos sinais e sintomas, constituindo muitas vezes, um grande desafio o seu reconhecimento. Isso ocorre tanto para a própria pessoa, que os está apresentando – por serem brandos e não valorizados, como os quadros de alterações na sensibilidade – quanto para o médico, que deve realizar uma suspeita correta e encaminhamento apropriado.

Psoríase

A psoríase é uma doença crônica e autoimune da pele. Essa doença faz com que as células da derme se multipliquem rapidamente e se acumulem na superfície – fazendo com que elas criem manchas grossas e escamosas, semelhantes a placas. Elas se desenvolvem principalmente nos joelhos, palmas das mãos, solas dos pés, cotovelos, parte inferior das costas e couro cabeludo.

A psoríase é o resultado de um processo acelerado da produção de pele. Geralmente, as células da derme crescem profundamente na região e sobem lentamente para superfície – e eventualmente, elas caem. O ciclo de vida típico de uma célula da pele é de um mês, aproximadamente. Pessoas que sofrem dessa doença tem seu processo de produção ocorrendo dentro de alguns dias.

Por conta disso, as células da pele não têm tempo de cair. Essa rápida produção leva ao acúmulo, deixando a área com uma aparência inflamada e vermelha.

A psoríase pode ser uma doença acometida por gatilhos, ou seja, circunstâncias que o indivíduo passa e que gera o transtorno da doença. Os desencadeadores mais comuns são: temperaturas baixas, tabaco, distúrbios autoimunes (HIV ou Artrite Reumatoide), estresse, tensão, medicamentos, excesso rotineiro de álcool, infecções ou lesões na pele.

Artrite reumatoide

A artrite é caracterizada como uma inflamação das articulações – podendo afetar apenas uma ou múltiplas. Os dois tipos mais comuns são a osteoartrite e a artrite reumatoide.

Os sintomas dessa doença geralmente se desenvolvem com o tempo, mas também podem aparecer repentinamente. Ela é frequentemente vista em adultos com mais de 65 anos de idade, podendo também se desenvolver em crianças, adolescentes e adultos. A artrite ocorre mais em mulheres do que em homens – principalmente com pessoas com excesso de peso.

A artrite reumatoide é caracterizada como uma doença autoimune sistêmica. É uma das mais comuns doenças reumáticas inflamatórias. Ela causa uma degeneração da cartilagem articular, além de hipertrofia óssea e dor ao se movimentar. Ataca principalmente os joelhos, coluna espinhal e articulações coxofemorais.

Ela ocorre quando o sistema imunológico do corpo do paciente ataca seus próprios tecidos. Esses ataques afetam sinovial – um tecido mole nas articulações que produz um fluido que nutre a cartilagem e lubrificar as articulações. Esse tipo pode até mesmo levar a destruição do osso e da cartilagem no interior da articulação. A causa exata dos ataques do sistema imunológico é desconhecida – mas os cientistas descobriram marcadores genéticos que aumentam seu risco de desenvolver cinco vezes esse tipo da doença.