Muitas pessoas já ouviram essa frase ou qualquer frase do tipo: “Cuidado com o peso da sua mochila/bolsa” ou “senta com a coluna reta” e não é para menos! Pois carregar grandes quantidades de peso ou sentar de forma em que seu corpo fique muito “torto” podem ser fatores de risco para desenvolver escoliose lombar.

O que é a escoliose lombar?

A escoliose lombar é o desvio lateral da coluna que acontece no final da coluna. Ela pode ser chamada de:

  • Escoliose tóraco-lombar: quando o início da curva está entre as vértebras de T12 e S1
  • Escoliose lombar: quando o início da curva está entre as vértebras de L1 e S1

A escoliose lombar pode ainda ser classificada de acordo com o lado da curva da coluna, que pode estar à direita ou à esquerda. Dessa forma, ela pode ser chamada de: convexidade esquerda ou direita, e ainda dextroconvexa. Existem pessoas que apresentam apenas escoliose lombar, mas também existem casos que apresentam curvas na região cervico-torácica.

Quais são os sinais e sintomas?

Os sinais e sintomas da escoliose lombar pode incluir: 

  • Dor nas costas, na parte final da coluna;
  • Inclinação do quadril;
  • Rigidez da coluna;
  • Comprimento das pernas pode ser diferente. 

Quais as causas da escoliose lombar?

Em 80% dos casos, a origem da escoliose é desconhecida e os médicos se referem a ela como idiopática. A escoliose é assim classificada como: 

  • Infantil: acontece até os 3 anos de idade e é rara; Juvenil – de 3 até 10 anos – corresponde de 20% a 30% dos casos; 
  • Do adolescente: mais comum em 80% dos casos, a partir dos 10 anos de idade. Nessa faixa etária, as meninas são mais afetadas;
  • Do adulto: geralmente presente na infância ou na adolescência, só foi detectada após os 18 anos. 

Outras causas possíveis são:

  • Escoliose congênita: a pessoa nasce com o problema, cuja causa poderá decorrer da má formação de uma vértebra, por exemplo;
  • Doenças neurológicas: como a paralisia cerebral, poliomelite ou mielomeningocele.

ATENÇÃO: a escoliose não tem como causa carregar mochilas escolares ou objetos pesados apenas de um dos lados do corpo, ou mesmo práticas esportivas, postura incorreta ao dormir, e até ficar muito tempo em pé ou sentado. Contudo, isso não significa que não é preciso ter cuidado com a postura e o excesso de peso!

Como tratar a escoliose lombar?

O tratamento depende da causa da escoliose e do tamanho da curvatura, além do quanto o paciente ainda crescerá. 

Coletes

Na medida em que a curvatura se agrava (acima de 25 a 30 graus em crianças que estiverem em fase de crescimento), o uso de órteses é geralmente recomendado para auxiliar a retardar a progressão da curva. Existem muitos tipos de órteses utilizados. O colete de Boston, o colete de Wilmington, o colete de Milwaukee e o colete de Charleston foram batizados com o nome dos centros onde foram desenvolvidos.

Cada colete tem uma aparência distinta. Existem diferentes modos de usar adequadamente cada um deles. A seleção de uma órtese e a maneira como ela será usada depende de muitos fatores, inclusive das características específicas da curvatura. A melhor opção de órtese será decidida em conjunto pelo paciente e o médico.

Um colete para a coluna não reverte a curva. Em geral se utilizam mecanismos de pressão para alinhar a coluna vertebral dentro do aparelho na tentativa de evitar a progressão da deformidade. O colete deve ser ajustado com durante o crescimento. O uso de colete não funciona para as escolioses congênitas e neuromusculares e é menos eficaz na escoliose idiopática infanto-juvenil.

Cirurgia

Há também a opção da cirurgia para reparação da curvatura vertebral, mas a decisão do momento apropriado para se operar varia. Após os ossos do esqueleto cessarem o crescimento, a curvatura não deve se agravar muito. Por causa disso, talvez o cirurgião queira aguardar até que os ossos do seu filho parem de crescer. Entretanto, pode ser que seu filho necessite de cirurgia antes disso, se a curva na coluna for grave ou estiver se agravando rapidamente. Curvas de 40 graus ou mais geralmente precisam ser operadas.

A cirurgia consiste em corrigir a curva (embora não completamente) e encaixar os ossos dentro dela. Os ossos são fixados no lugar com uma ou duas hastes de metal presas com ganchos e parafusos até que o osso seja recuperado. Às vezes, a cirurgia é feita por meio de um corte nas costas, no abdômen ou abaixo das costelas. Pode ser necessário o uso de uma órtese para estabilizar a coluna vertebral após a operação.

Fisioterapia

O tratamento pode ser feito através da fisioterapia com exercícios, terapia manual, osteopatia, exercícios de alongamento, reeducação postural global. São recomendados exercícios que fortalecem os músculos abdominais, os músculos da costas, e também os exercícios de RPG, específicos para alongar os músculos que estão encurtados, a fim de promover a harmonia entre as forças musculares.

Em muitas clínicas de fisioterapia são usados espelhos para ajudar a melhorar a conscientização do próprio indivíduo em relação à sua postura, enquanto este realiza os exercícios. E ainda que seja possível realizar os exercícios em casa, há melhores resultados quando estes são realizados juntamente com o fisioterapeuta, que pode ir corrigindo os exercícios constantemente.

Quais os fatores de risco?

Algumas pessoas são mais suscetíveis ao encurvamento da coluna. Alguns fatores são considerados de risco pelos médicos para o desenvolvimento de escoliose idiopática. Confira:

  • Idade: Os sinais e sintomas geralmente começam durante a fase mais acentuada de crescimento, que costuma ocorrer pouco antes da puberdade (dos nove aos 15 anos)
  • Sexo: Embora ambos os sexos possam ser afetados, as mulheres possuem um risco muito maior de desenvolver curvaturas anormais na coluna
  • Histórico familiar. A escoliose é mais comum entre membros de uma mesma família que possua antecedentes da deformidade

Escoliose lombar na gravidez

A gestante com escoliose lombar não deve apresentar mais dor nas costas do que a mulher que não apresenta esse desvio na coluna. Mesmo em caso de hérnia de disco nem sempre existe um agravamento do quadro de dor. Todavia é comum que no 2º e no 3º trimestre de gestação a maioria das gestantes apresentem dor nas costas.