As doenças endêmicas são um grande fator de risco em muitas áreas do planeta até os hoje. No entanto, é importante frisar que com a evolução da indústria médica, farmacêutica e bioquímica ao longo dos anos, foi possível diminuir com o número de óbitos e aumentar com o  número de pessoas recuperadas (dependendo da doença). 

Em um passado não muito distante, as doenças endêmicas foram responsáveis por dizimar com a população de diversos territórios, e atualmente, ainda são bastante perigosas se não forem tratadas com seriedade. 

Neste conteúdo, abordaremos a definição das endemias, quais são suas diferenças em relação às epidemias e citaremos alguns exemplos deste tipo de doença. Vamos lá!

Definição de endemia 

A endemia pode ser definida como a ocorrência de uma doença, que se agrava dentro de um número esperado de casos para uma determinado território ou região, em um certo período de tempo, e que é baseado na sua ocorrência em anos anteriores onde não houveram surtos desta doença em questão. 

Sendo assim, a incidência de uma doença endêmica é relativamente constante, podendo acontecer de acordo com variações sazonais — incluindo: período do ano, estações do ano e condições climáticas.  A dengue, por exemplo, é considerada uma doença endêmica na região sul da Bahia e no sudeste, pois possui um alto grau de continuidade, nestas regiões.

Com isso, são consideradas doenças endêmicas aquelas que atingem uma população de uma região geográfica específica. 

A diferença entre pandemia, epidemia e endemia

Pandemia 

Uma doença é definida como pandemia de acordo com seu tipo de transmissão, sendo este tipo infeccioso (viral ou bacteriano) e ocorrendo em larga escala, atingindo assim simultaneamente um grande número de pessoas em todo o mundo. Por exemplo, a gripe suína matou milhares de pessoas em todo mundo e atingiu todos os continentes do planeta, e por isso, foi classificada como uma doença pandêmica. 

Apesar da palavra “pandemia” ser capaz de assustar muitas pessoas, é importante destacar que sua classificação está intimamente relacionada a uma doença afetar uma região específica em um primeiro momento, e depois ir se espalhando muito rapidamente por outros territórios —  neste caso, de modo global.

Além da Covid-19, podemos incluir doenças que já foram consideradas como pandemias no passado, dentre elas estão: 

  • Tuberculose; 
  • Gripe espanhola
  • Gripe suína (H1N1). 

Conforme esclarecido, e de modo resumido, uma doença só pode (e deve) ser considerada pandêmica quando seu grau de transmissibilidade ocorrer em larga escala, a ponto de conseguir atingir todos os continentes do nosso planeta. 

Epidemia 

Aqui também ocorre a classificação apenas de doenças infecciosas e contagiosas, no entanto, neste caso ocorrem apenas em um determinado território e/ou região específica. Em nível municipal, por exemplo, é determinado o estado de epidemia quando vários bairros registram um grande número de casos de uma doença.

Importante dizer que, uma epidemia pode também atingir estados quando são registrados casos em várias cidades, e a nível nacional quando ocorrem estes mesmos casos em todas (ou quase todas) as regiões do país. 

De modo geral, uma doença epidêmica é aquela que atinge diversas regiões, sem que haja propagação entre países. 

Dentre as doenças que se tornaram epidêmicas, podemos citar: 

  • Peste negra ou bubônica;
  • Ebola;
  • Cólera

Endemia

Para finalizar, falaremos sobre as endemias! Estas doenças, são aquelas que não podem ser classificadas de acordo com seu número de ocorrência, ou seja, em valores quantitativos. 

As doenças endêmicas dizem respeito a aquelas que se desenvolvem com frequência em um território, e não se espalhando por outras comunidades, sendo chamadas pela alcunha de “endêmicas típicas”. 

Além disso, as endemias também podem ser classificadas de maneira sazonal, pois podem ter maior incidência de casos em uma determinada estação e período do ano, devido ao clima. 

Dentre as doenças que podem ser classificadas como endêmicas, podemos citar: 

  • Malária
  • Dengue
  • Febre amarela.

Impacto geográfico de cada classificação 

Para simplificar mais ainda, iremos mostrar o impacto geográfico, relacionado ao tamanho e expansão de cada classificação dos surtos de doenças. Veja a seguir: 

Endemia → são classificadas apenas áreas específicas (de maneira sazonal), sem que haja expansão da doença para outros territórios. Exemplo: dengue no território da Amazônia, devido a prevalência do mosquito Aedes Aegypti

Epidemia → diz respeito aquelas doenças infectocontagiosas que atingem um grande número de casos em pouco tempo, podendo expandir seu território de abrangência em nível de distritos ou bairros > municipal > federal;  

Pandemia → são consideradas como pandemias, as doenças infectocontagiosas que atingem um grande número de casos rapidamente e territórios de diversos países. Geralmente, as doenças que se classificam como pandêmicas, são aquelas que atingem todos os continentes no planeta. 

Malária | Um exemplo das doenças endêmicas

A malária humana é uma doença parasitária que pode ter evolução rápida e ser grave. Ela pode ser provocada por quatro protozoários do gênero Plasmodium: Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovale

A transmissão natural da doença se dá pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados com o Plasmodium. Estes mosquitos também são conhecidos por anofelinos, dentre outros nomes. Após a picada, os parasitos chegam rapidamente ao fígado onde se multiplicam de forma intensa e veloz. Em seguida, já na corrente sanguínea, invadem os glóbulos vermelhos e, em constante multiplicação, começam a destruí-los. A partir desse momento, aparecem os primeiros sintomas da doença. 

Sintomas

O principal sintoma da malária em sua fase inicial é a febre, associada ou não a calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça e dores no corpo. A febre característica da malária corresponde ao momento em que as hemácias estão se rompendo. 

Além dos sintomas citados anteriormente, a pessoa que contraiu a doença pode desenvolver também, outros sintomas como: 

  • Vômitos; 
  • Diarreia; 
  • Dor abdominal; 
  • Falta de apetite; 
  • Tontura; 
  • Sensação de cansaço.

Áreas endêmicas da malária 

Como áreas de transmissão natural de malária (através da picada do mosquito) estão classificados 88 países, sendo a grande maioria localizada na faixa tropical do planeta. 

Dentre estes territórios estão: 

  • A maioria dos países africanos localizados abaixo do Deserto do Saara; 
  • Os países da América Central e Caribe, 
  • Países da Ásia Central, do Sul e do Sudeste; 
  • Os países Oriente Médio e do Extremo Oriente (China); 
  • Papua Nova Guiné; 
  • Ilhas Salomão e Vanuatu; 
  • Paraguai e todos os países amazônicos da América do Sul (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa). 

No Brasil, a sua grande área endêmica é formada por todos os estados da Amazônia Legal. São eles: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além das regiões a oeste do Estado do Maranhão, ao noroeste do Estado do Tocantins e ao norte do Estado do Mato Grosso.