Para entender melhor sobre quais são os sintomas da dengue, é necessário nos aprofundar mais sobre a maneira como o mosquito Aedes aegypti (principal vetor da doença) se comporta no meio ambiente, como ele se reproduz e quais são os principais malefícios à saúde que ele pode trazer aos seres humanos. 
Você sabia? O número de mortes por dengue teve um aumento de 67% (verificado dia 16 de março no ano de 2019), ocorrendo em grande parte no estado de São Paulo.

A trajetória do Aedes aegypti 

Segundo pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, o mosquito da dengue é originário do Egito, na África. 
Acredita-se que o mosquito tenha se espalhado para regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século XVI, período lembrado e chamado de “Era dos Descobrimentos”. Neste período, as grandes nações europeias buscavam especiarias, riquezas, novas rotas comerciais e terras para colonizar. 
O meio de transporte utilizado na época era feito com grandes embarcações. Baseando-se nisso, foi concebida e interpretada a teoria de que vetores da dengue haviam sido introduzidos nas colônias tropicais e subtropicais do mundo, por meio dos navios que traficavam escravos vindos da África. 
Fato interessante que podemos destacar no Brasil, é que os primeiros casos relatados da doença foram registrados apenas ao final do século XIX, em Curitiba (PR), e no início do século XX, em Niterói (RJ).
No início do século XX, o mosquito já era um problema, porém, não devido a dengue. Na época, a principal preocupação era a transmissão da febre amarela. No ano de 1955, o Brasil conseguiu erradicar o mosquito Aedes aegypti, por consequência de medidas de controle contra a febre amarela. No entanto, ao final da década de 1960, pela falta de incentivo às medidas adotadas nos anos anteriores fez com que o vetor se reintroduzisse novamente e com mais força no território brasileiro. 
Hoje, o mosquito Aedes aegypti é encontrado em todos os estados brasileiros.

Quais são os sintomas da dengue e quais são suas fases

Para compreender mais sobre quais são os sintomas da dengue, é essencial entender que a doença é caracterizada pela demarcação e (por vezes) evolução de três fases clínicas que são individualmente particulares diferentes entre si. 

Fase febril

Ninguém sabe ao certo quais são os sintomas da dengue, porém, o primeiro sintoma destacado da doença é a febre (ocorrendo em média entre dois e sete dias), sendo normalmente alta (39ºC a 40ºC) e de início repentino. O aumento da temperatura corporal é associado à cefaleia, à fraqueza e dores nos músculos, às dores nas articulações e a dor atrás dos olhos. 
Outro sintoma presente nesta fase, é dado pelo surgimento de manchas avermelhadas na pele (presente em 50% dos casos). Este sintoma geralmente afeta o rosto e o tronco, além também de outros membros e áreas do corpo. Importante destacar que, este sintoma pode apresentar-se de outras formas, tendo ou não a presença de coceira, a medida que a febre vai desaparecendo.
Quais são os sintomas de dengue que podem atacar o sistema imunológico? Aqui podemos destacar a anorexia, náuseas e vômitos são sinais que também podem estar presentes na fase febril. A diarreia manifesta-se em boa parcela dos casos, tipicamente num volume não tão grande, e de maneira pastosa em relação às fezes. A frequência das diarreias ocorre entre três a quatro evacuações por dia.   

Fase crítica

Esta fase pode se desenvolver em alguns pacientes, podendo evoluir para as formas graves da dengue e, devido a isso, medidas específicas de manejo clínico e observação devem ser adotadas imediatamente. 
A fase crítica tem início com o desaparecimento do sintoma da febre, geralmente entre o terceiro e o sétimo dia de início da doença, sendo acompanhada do surgimento dos sinais de alarme.

Dengue com sinais de alarme 

Os sinais de alarme devem ser rotineiramente pesquisados e verificados, do mesmo modo que os pacientes devem ser orientados a procurar a assistência médica na ocorrência de qualquer um deles.
Confira abaixo alguns sinais alarmantes da dengue, e que são possíveis de você identificar: 

  1. Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua; 
  2. Vômitos recorrentes; 
  3. Acúmulo de líquidos em algumas regiões do corpo (no abdômen ou no pulmão, por exemplo); 
  4. Dificuldade de manter-se em pé e/ou desmaios; 
  5. Sangramento de mucosa (na gengiva, por exemplo);  
  6. Letargia e/ou irritabilidade. 

Dengue grave 

As formas graves da dengue podem manifestar-se com choque ou acúmulo de líquidos (que causam desconforto ao respirar), sangramento grave ou sinais de disfunção de órgão como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC). 

Choque

O choque ocorre entre os dias quatro ou cinco (com intervalo entre três a sete dias) de doença, sendo geralmente precedido por sinais de alarme. O período de choque leva de 24 a 48 horas para ocorrer.
O choque na dengue é de rápida instalação e tem curta duração. Pode fazer com que o paciente seja levado ao óbito em um intervalo de 12 a 24 horas ou a sua recuperação rápida, após o procedimento antichoque. 
O choque prolongado e a (consequente) baixa irrigação sanguínea dos órgãos resulta no comprometimento progressivo dos mesmos. Isso, por sua vez, pode levar a hemorragias graves e agravando ainda mais o choque.
Alterações cardíacas graves (como a insuficiência cardíaca e a miocardite) podem acontecer. 

Hemorragias graves 

Em alguns casos pode ocorrer hemorragia massiva sem choque prolongado e este sangramento massivo é um dos critérios de dengue grave. Este tipo de hemorragia, quando é do aparelho digestivo, é mais frequente associado em pacientes com histórico de úlcera no estômago ou gastrites, assim como também pode ocorrer devido a ingestão de: 

  • Ácido acetil salicílico (AAS, também conhecido como aspirina); 
  • Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINES); 
  • Medicamentos anticoagulantes.