O HIV é um vírus da imunodeficiência humana – causador da AIDS que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Por conta de uma alteração de células chamadas linfócitos T CD4+, é que o HIV faz cópias de si mesmo, multiplicando-se e rompendo os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Em questões biológicas, a doença em destaque é um retrovírus, que possui um período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, de infecções das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Existem diversos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Entretanto, eles ainda podem transmitir o vírus a outras pessoas durante relações sexuais desprotegidas, compartilhamento inadequado de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação – quando não tomam as medidas de prevenção.
Sendo assim, é fundamental fazer o teste e se proteger em todas as situações!

O que é soropositivo?

Chama-se soropositivo um indivíduo portador de anticorpos no sangue que provém a presença de um agente infeccioso. O termo é mais usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), no sangue. Porém, o termo pode ser usado para outros agentes infecciosos presentes no sangue.

Ter AIDS é o mesmo que ser soropositivo?

A AIDS é uma doença crônica e que pode ser potencialmente fatal. Ela acontece quando a pessoa infectada pelo HIV vai tendo o seu sistema imunológico danificado pelo vírus, interferindo na habilidade do organismo de lutar contra os invasores que causam a doença, além de deixar a pessoa suscetível a infecções oportunistas.

Por isso, é importante lembrar que: Ser soropositivo não é a mesma coisa que ter AIDS! Há  soropositivos (termo usado para designar a pessoa infectada pelo vírus do HIV) que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.  Lembre-se: o soropositivo é diferente do que é AIDS

Sistema imunológico

O sistema imunológico é complexo – composto por milhões de celular de diferentes tipos e funções, responsáveis pela defesa do organismo e por manter o corpo funcionando corretamente, livre de doenças. Nosso organismo reage diariamente aos ataques de vírus, bactérias e outros organismos, e é por conta do sistema imunológico que não adoecemos com tanta facilidade!

O HIV consegue ligar-se a um componente da membrana da célula chamada linfócito T-CD4+, penetrando no seu interior para se multiplicar. Por conta disso, o sistema de defesa vai aos poucos perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a outras condições. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente, e é nessa fase que denominamos a AIDS no organismo.

É sempre importante ressaltar que todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm o direito de iniciar o tratamento com antirretrovirais imediatamente – poupando o seu sistema imunológico. O conjunto de medicamentos recomendados, que chamamos de coquetel, impedem que o vírus se replique dentro das células T-CD4+ e evitam que a imunidade caia e que a aids apareça.

O que é a janela imunológica?

Podemos denominar a janela imunológica como o intervalo decorrida entre a infecção pelo HIV até o momento da primeira detecção dos anticorpos “anti-HIV” produzidos pelo sistema de defesa. Geralmente, a duração dessa janela imunológica pode ser de 30 dias – entretanto, o período pode variar, dependendo do organismo do individuo e do tipo de teste.

Caso o teste para detecção de anticorpos “anti-HIV” é realizado durante o período da janela imunológica, existe a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada. Sendo assim, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, que o procedimento seja repetido após 30 dias com a coleta de uma nova amostra.

E lembre-se, no período de janela imunológica, o vírus do HIV pode ser transmitido – mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos for não reagente.

Diagnóstico

Se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o teste! O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo SUS, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Os exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde – ligando 136.

Fazer os testes com regularidade, buscando um tratamento no tempo certo e seguindo as recomendações propostas pela equipe de saúde, é possível ter uma boa qualidade de vida. Quanto mais rápido for diagnosticado, maior a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus.

E vale ressaltar que, as mães que vivem com HIV possuem uma expectativa de 99% de chance de terem filhos sem o vírus se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto.

Transmissão

O vírus só é transmitido em situações em que há:

  •         Sexo vaginal sem camisinha;
  •         Sexo oral sem camisinha;
  •         Sexo anal sem camisinha;
  •         De mãe infectada para o filho – durante a gravidez, parto e amamentação;
  •         Transfusão de sangue contaminado;
  •         Instrumentos que furam ou cortam que não foram esterilizados;
  •         Uso de seringas compartilhadas.

E para desmistificar diversos tabus referentes ao HIV, separamos uma pequena lista de ações que não transmitem o vírus, entre elas estão:

  •         Sexo com o uso correto de camisinha;
  •         Beijo no rosto ou na boca;
  •         Masturbação a dois;
  •         Suor e lágrimas;
  •         Aperto de mão;
  •         Abraço;
  •         Talheres e copos;
  •         Uso de sabonete, toalhas e lençóis;
  •         Piscina;
  •         Banheiro;
  •         Pelo ar;
  •         Picada de inseto.

As pessoas que convivem com essa doença não são contagiosas, todos esses atos listados acima são completamente seguros. Não viva entre o tabu!

Sintomas e fases

Primeira fase

Denominamos ela como infecção aguda, onde o sistema imunológico começa a ser afetado. Essa é a primeira fase, quando a incubação do HIV ocorre – indo desde a exposição ao vírus até os primeiros sinais da doença. Esse período pode variar de três e seis semanas – entretanto, o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir os anticorpos anti-HIV.
Os primeiros sintomas podem ser muito semelhantes com os de uma gripe comum, como mal-estar e febre – esse é um dos motivos pelos quais a doença pode passar despercebida.

Segunda fase

Há uma forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Porém, isso não enfraquece o organismo a ponto de permitir novas doenças – pois o vírus amadurece e morre de maneira equilibrada. Em muitos casos, esse período dura anos, e é chamado de assintomático. Por conta do frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns.

Terceira fase

A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução de glóbulos brancos do sistema imunológico que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue – sendo que em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são a febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.

Quarta fase

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.

Tratamento

Os medicamentos recomendados para o tratamento são chamados de antirretrovirais – que surgiram em 1980. Eles conseguem inibir a multiplicação do HIV, evitando o enfraquecimento do sistema imunológico.

Sendo assim, o uso regular desses medicamentos é fundamental para garantir o controle da doença e prevenir a evolução para a AIDS. A boa adesão à terapia antirretroviral (TARV) traz grandes benefícios individuais – como o aumento da disposição, da energia e do apetite, ampliando a expectativa de vida e o não desenvolvimento de doenças oportunistas.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS todos os medicamentos antirretrovirais. E desde 2013, o SUS garante tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV (PVHIV), independentemente da carga viral.