A varíola é uma doença contagiosa, desfiguradora e mortal, que afeta os seres humanos há muitos anos. A doença de ocorrência natural foi erradicada em todo o mundo em 1980 – sendo resultado de uma campanha de imunização global sem precedentes.
Amostras do vírus da doença foram mantidas para fins de pesquisa. Isso levou a preocupações de que algum dia este vírus pudesse ser usado como agente biológico de guerra.
Não existe cura ou tratamento para a essa doença. Uma vacina pode prevenir a complicação, mas o risco dos efeitos colaterais da vacina é alto demais para justificar a vacinação de rotina para pessoas com baixo risco de exposição ao vírus da doença.
Você sabia? Que a primeira vacina foi criada no século XVIII, quando o médico inglês Edward Jenner utilizou um vírus atenuado para prevenir a contaminação por varíola, tornando essa a primeira doença infecciosa erradicada por meio da vacinação.

Sintomas da varíola

Os primeiros sintomas da varíola geralmente aparecem 10 a 14 dias após a infecção. Durante o período de incubação de 7 a 17 dias, você parece e se sente saudável, além de não conseguir infectar outras pessoas.
Após o período de incubação, ocorre um súbito aparecimento de sinais e sintomas semelhantes aos da gripe. Que incluem:

  • Febre;
  • Desconforto geral;
  • Dor de cabeça;
  • Fadiga grave;
  • Grave dor nas costas;
  • Vômito.

Alguns dias depois, manchas vermelhas e achatadas aparecem em um primeiro momento no rosto, se deslocando para as mãos, os antebraços e depois para o tronco. Dentro de um dia ou dois, muitas dessas lesões se transformam em pequenas bolhas cheias de líquido claro, que depois se transformam em pus. Com isso, crostas começam a se formar entre 8 a 9 dias depois e eventualmente caem, deixando cicatrizes profundas e sem caroços. 
Fato interessante a destacar, é que as lesões também se desenvolvem nas mucosas do nariz e da boca e rapidamente se transformam em feridas que se abrem.

Causas da varíola 

A varíola é causada através da infecção pelo vírus Orthopoxvírus. Este vírus pode ser transmitido:

  • Diretamente de pessoa para pessoa: a transmissão direta do vírus requer um contato presencial bastante prolongado. A doença pode ser transmitida pelo ar através de gotículas de saliva que escapam quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala;
  • Indiretamente de uma pessoa infectada: em casos raros, o vírus transportado pelo ar pode se espalhar de uma maneira mais efetiva e longínqua, possivelmente através do sistema de ventilação de um edifício (por exemplo), infectando pessoas em outras salas e/ou em outros andares.
  • Via itens contaminados: o vírus também pode se espalhar através do contato com as roupas do corpo e roupas de cama contaminadas, embora o risco de infecção por essas fontes seja mais incomum de acontecer.
  • Como uma arma terrorista, potencialmente: uma ataque terrorista deliberado, através da contaminação pelo vírus da varíola é uma ameaça remota. No entanto, como qualquer liberação do vírus pode espalhar a doença rapidamente, funcionários do governo tomaram inúmeras precauções para proteger a população contra essa possibilidade, como o armazenamento de vacinas contra a doença.

Complicações

A maioria das pessoas que sofre com a doença sobrevive. No entanto, algumas variedades raras da complicação são quase sempre fatais. Estas formas mais raras e severas, geralmente afetam mulheres grávidas e pessoas com problemas no sistema imunológico.
Os pacientes que se recuperam da doença geralmente apresentam cicatrizes graves, principalmente no rosto, braços e pernas. Em alguns casos, a doença pode causar cegueira.

Prevenção contra a varíola

No caso de um surto, as pessoas que desenvolveram a doença seriam mantidas isoladas, em um esforço para controlar a propagação do vírus. Qualquer pessoa que tenha tido contato com alguém que desenvolveu uma infecção precisaria da vacina contra a varíola, que pode prevenir ou diminuir a gravidade da doença se administrada dentro de quatro dias após a exposição ao vírus causador da doença.
A vacina usa um vírus vivo relacionado à doença e, ocasionalmente, pode causar complicações sérias, como infecções que afetam o coração ou o cérebro. É por isso que um programa geral de vacinação para todos não é recomendado no momento. Os riscos potenciais da vacina superam os benefícios, na ausência de um surto de varíola real.
Testes de laboratório sugerem que certos medicamentos antivirais podem ser eficazes contra o vírus que causa a condição. Esses medicamentos não foram testados em pessoas doentes com varíola, no entanto, portanto, não se sabe se esses medicamentos são opções eficazes de tratamento.

Se você foi vacinado quando criança

A imunidade ou imunidade parcial após uma vacina contra varíola pode durar até 10 anos e 20 anos com a revacinação. Se um surto ocorresse, as pessoas que foram vacinadas quando crianças ainda provavelmente receberiam uma nova vacinação após exposição direta a alguém com o vírus.