O tétano é uma doença infecciosa grave, e que é causada devido a uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. Esta bactéria pode ser encontrada em diversos locais do meio ambiente e do seu cotidiano, por isso é necessário estar sempre atento às zonas onde ela está presente. 
Você sabia? Uma das maiores preocupações do governo durante os períodos de enchentes é dada pelo surgimento de casos de tétano acidental. As inundações possibilitam a disseminação e a persistência da bactéria da doença no ambiente, facilitando o surgimento de novos casos da complicação.

Tétano acidental 

O que é

O tétano acidental, é definido e caracterizado pela forma como acontece a contaminação da bactéria Clostridium tetani. Esta não é uma doença transmitida de pessoa a pessoa, logo, a transmissão ocorre, de modo geral, devido a contaminação de um ferimento da pele ou mucosa. 
Qualquer pessoa corre o risco de adoecer quando – de maneira acidental – sofre algum tipo de lesão na pele (seja essa lesão um ferimento, um corte ou uma perfuração) por objetos deixados no ambiente, e que estão contaminados. 
No geral, os locais onde há maior probabilidade de encontrar a bactéria Clostridium tetani e sofrer com o processo infeccioso da doença, em caso de contato através uma lesão, são:

  • Objetos de metal (como pregos, latas e ferramentas agrícolas) enferrujados ou não; 
  • Objetos de madeira (como móveis, galhos de árvore e espinhos); 
  • Objetos de vidro (como cacos de uma garrafa, lâmpada e etc); 
  • Outros objetos contaminados e que estão presentes no solo (como entulhos de construção civil, atividades agrícolas ou destroços de uma enchente). 

Sintomas de tétano acidental

O principal sintoma observado no início da infecção, são as contrações musculares involuntárias, presentes na região onde está localizado o ferimento. 
Posteriormente a isso, é possível notar contrações nos músculos do rosto (tipo de contração conhecida como riso sardônico), do pescoço (com rigidez na nuca), e do abdômen. 
Importante destacar também que, em estágio mais avançado da infecção, é possível que o doente tenha dificuldade ao engolir e se alimentar, sofra com insuficiência respiratória e/ou tenha alterações neurológicas. 
De modo geral, os principais sinais e sintomas do tétano acidental são: 

  • Febre baixa ou ausência;  
  • Alterações locais do ferimento da pele e mucosas;  
  • Contrações espontâneas ou provocadas por estímulos táteis, sonoros, luminosos ou alta temperatura ambiente;
  • Espasmos musculares: faciais (riso sardônico), do pescoço (rigidez de nuca), do maxilar, atingindo os músculos de abdômen (em tábua, barriga dura);  
  • Dificuldade de engolir o alimento;
  • Insuficiência respiratória;  
  • Alterações neurológicas.

Em quanto tempo os sintomas se desenvolvem?

O período de incubação – tempo que os sintomas levam para aparecer desde a infecção –  é curto. Os sintomas ocorrem em média entre 5 e 15 dias, no entanto, este período pode variar entre 3 e 21 dias.
ATENÇÃO: Nos casos em que o período de incubação é menor que 7 dias, o desenvolvimento da doença é pior, ou seja, quanto menor for o tempo de incubação, maior a gravidade e agressiva é a progressão da infecção.

Prevenção

A forma mais efetiva de prevenção e proteção da doença é feita através da vacinação. Além disso, outra maneira que pode ser eficaz é a utilização de equipamentos de proteção individual como: botas, luvas, capacetes. 
Vacinar a população desde a infância contra a doença é a ação mais eficiente que o governo de um país pode tomar, para que o tétano não ocorra. O esquema vacinal completo, e que é recomendado pelo Ministério da Saúde é estruturado com 3 doses, que são administradas no primeiro ano de vida com reforços aos 15 meses, e 4 anos de idade.
A partir dos 4 anos de idade, será feito o reforço da vacina a cada dez anos após a última dose administrada. A vacina não é contraindicada a nenhum grupo, portanto, todas as pessoas devem (e podem) recebê-la. A vacina antitetânica está disponível em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Importante dizer que, em casos de ferimentos graves ou gestação, deve-se antecipar a  dose de reforço caso a última dose tenha sido há mais de 5 anos. 

Tratamento 

Sempre que acontecer uma lesão da pele ou da mucosa, é necessário lavar o local com água e sabão a fim de prevenir uma infecção. Após isso, você deve procurar o serviço de saúde mais próximo para avaliar se é necessária administração de vacina ou soro. 
Caso seja notado algum dos sinais e sintomas característicos do tétano após lesão, se dirija imediatamente a unidade ou equipe de médica mais próxima e explique como ocorreu e o que foi que causou a lesão.
A pessoa contaminada deve ser internada em um local seguro e apropriado para seu estado de saúde, preferencialmente em uma unidade de terapia intensiva (UTI). A UTI é recomendada neste caso pois é a ala médica onde existe suporte técnico necessário e adequado para o manejo do doente e de suas possíveis complicações,  reduzindo consequentemente com o risco de sequelas e até de morte.
Na indisponibilidade de leitos de UTI ou unidades semi-intensivas, a internação do paciente deve ocorrer em unidade assistencial, em um quarto individual com o mínimo de barulho, de luminosidade e com temperatura estável e agradável. 
ATENÇÃO: Em casos graves de tétano, a indicação é de que o paciente receba o tratamento em terapia intensiva.
Os princípios básicos do tratamento do tétano são:

  • Sedação do paciente;
  • Neutralização da toxina tetânica;
  • Eliminação do Clostridium tetani do foco da infecção;
  • Debridamento do foco infeccioso;

Medidas gerais de suporte.