Podemos nos referir como saúde pública a aplicação de conhecimentos relacionados ou não com a medicina, que tem como objetivo organizar os sistemas e serviços de saúde – atuando como fator determinante do processo saúde/doença, controlando as incidências de doenças entre a população através de ações e intervenções de vigilância governamentais. Geralmente, a aplicação deste conceito depende de fatores sociais e econômicos de determinada região.

A saúde pública no Brasil

A saúde pública no Brasil tem como objetivo promover a melhoria e bem-estar da saúde de todos os seus cidadãos. Segundo a Lei nº 8.080 – de 19 de setembro de 1990 – no Art. 2, a saúde é um direito fundamental de todo e qualquer ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno funcionamento.

Observando por essa perspectiva, proporcionar uma saúde de qualidade é um dos deveres principais do Governo do Estado – onde ele libera a verba para o Ministério da Saúde, que são utilizadas para melhoria de estrutura da saúde pública no Brasil.

Atualmente, podemos dividir a saúde do Brasil em duas vertentes – a pública e a particular. A saúde pública é proporcionada pelo SUS, enquanto a saúde particular consiste na saúde privada – com se caracteriza pelos planos de saúde. Mais de 75% do povo brasileiro depende exclusivamente do atendimento do SUS, enquanto o restante da população utiliza o serviço privado de saúde.

No Brasil, o sistema de saúde pública é o conhecido como SUS (Sistema Único de Saúde). Ele foi criado em 1988, e é responsável por prestar atendimento a mais de 180 milhões de brasileiros. Por ser um sistema gratuito, há uma grande parte da população que depende exclusivamente desse sistema para receber atendimento.

O papel das Santas Casas de Misericórdia

A relação entre entidades religiosas e tratamentos de saúde no Brasil é muito forte e indissociável, existindo desde o período da colonização. As Santas Casas de Misericórdia são um exemplo dessas entidades responsáveis por prestar assistência médica às pessoas em nosso país.

As Santas Casas foram durante muitos anos, a única opção de acolhimento e tratamento de saúde para pessoas pobres, no geral. Eram instituições fundadas por religiosos católicos e, primeiramente, ligadas a ideia de caridade e benevolência.

Estes centros médicos foram criados e sobreviveram devido as doações das comunidades que existiam ao seu redor, tendo períodos grandiosos, época em que construíram grandiosas propriedades. Atualmente, em sua maioria, as Santas Casas são consideradas como patrimônios históricos.

Segundo a Confederação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Brasil, o surgimento das primeiras entidades deu-se início já com a vinda dos portugueses ao Brasil. Posto isso, elas foram constituídas antes mesmo do país se organizar juridicamente e determinar as funções de Estado.

Conheça o SUS

O SUS – também conhecido como Sistema Único de Saúde – é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, conseguindo abranger desde o simples atendimento de avaliação da pressão arterial, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país.

Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde.

O atendimento do SUS ocorre em 3 níveis de atenção, que iremos explicar detalhadamente a seguir:

Posto de Saúde

Também conhecidos como Unidades Básicas, a o seu primeiro contato com o sistema de saúde do SUS, onde são marcadas as consultas, exames e outros procedimentos mais complexos, como vacinação e curativos. O posto de saúde não atende situações de médio e grave risco. É possível resolver até 80% dos problemas de saúde nos postos.

Unidades de Pronto Atendimento

Também podemos chamar de UPA, é considerada uma unidade de urgência e emergência para serviços de média a alta complexidade – sendo um meio-termo entre o centro de saúde e hospitais, apesar de possuir mais recursos do que um posto de saúde. A ordem de atendimento da UPA é conforme a gravidade do paciente, e não por sua ordem de chegada. Neles podemos tratar procedimentos de intervenção, como casos crônicos e agudos de algumas doenças. A UPA funciona 24 horas, inclusive nos fins de semana.

Hospitais

Essa é a unidade de saúde em que deve atender aos casos de alta complexidade e emergência – que são muitas vezes encaminhados para lá pelos postos de saúde, UPAs ou ambulâncias. No hospital, você recebe atendimento de diversas especialidades, além de ter acesso a mais recursos tecnológicos de intervenção. Ele funciona diariamente 24 horas e nos fins de semana.

As doenças que assolam o Brasil

Atualmente, temos três doenças que estão cada vez mais presentes na vida do brasileiro – a pressão alta, a diabetes e a obesidade. Elas vêm crescendo em níveis alarmantes, o que gera um alerta para toda a saúde pública. Entretanto, há recursos e auxílio disponíveis pelo SUS para aqueles que sofrem com essas condições.

Pressão Alta

Uma pressão arterial só elevada quando ela ultrapassa o nível de 14/9 – por conta de uma contração dos vasos sanguíneos, que faz a pressão sanguínea aumentar. Por conta de os vasos sanguíneos ficam mais contraídos, o sangue tem dificuldades para circular, e isso pode acabar acarretando um entupimento ou rompimento dessas vias.

Se isso ocorre no coração, nós chamamos de infarto; se ocorre no cérebro, ele é considerado um AVC – ou derrame cerebral; enquanto nos rins pode provocar uma paralisação dos órgãos.

O sódio é um dos principais responsáveis pela pressão alta. A Organização Mundial de Saúde recomenda que seja consumido ao dia menos de 2 gramas de sódio – o que equivale a 5 gramas de sal. O governo já fez um acordo para a diminuição de sódio nos alimentos, e espera-se retirar mais de 30 toneladas no ano de 2020.

A pressão alta é uma doença muito perigosa e comum no Brasil. Cerca de 25% da população sofre com essa condição. Entretanto, por conta de ações de saúde, distribuição de medicamentos e outras práticas promovidas pelo governo, esse número tem sido controlado.

Diabetes

A diabetes é considerada uma epidemia global. Ela é caracterizada como uma doença crônica, onde o corpo não produz ou não consegue se empregar de maneira correta a insulina – que é o hormônio capaz de controlar a quantidade de glicose no sangue.

Uma das principais causas que pode acarretar essa doença é o sedentarismo, alimentação desbalanceada e inadequada e a obesidade. Ela é uma doença perigosa, pois ocorre de maneira silenciosa – até determinados níveis ela não apresenta nenhum sintoma. As consequências dessa doença são: danos nos rins, acidentes cardiovasculares, problemas oculares e acidente vascular.

Infelizmente, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial desta doença – onde cerca de 12 milhões de adultos são portadores. O sistema de saúde pública oferece todos os tratamentos pelo SUS – principalmente a aplicação, monitoramento e manutenção da glicemia.

Obesidade

Podemos denominar a obesidade quando há um acúmulo de gordura no organismo. Entretanto, ela não é uma doença propriamente dita, mas sim um fator de risco importante para outras doenças – como o câncer, doenças cardiovasculares e diabetes.

Geralmente, ela se deve por hábitos de vida e alimentares – estresse, alimentos industrializados, sedentarismo etc.

Em nosso país, temos cerca de 48% da população acima do peso e 15% com obesidade.
O SUS, além dos tratamentos das doenças decorrentes desse quadro clínico, investe esforços em promover a alimentação saudável e a prática de atividades físicas, tanto na prevenção, quanto no tratamento de pacientes com sobrepeso.