Em um setor dinâmico como o da saúde, para manter um crescimento contínuo, é preciso que os responsáveis pela gestão das unidades considerem a importância de investir tempo e recursos na implementação de estratégias, avaliação de novos projetos e formas de administrar as finanças para identificar possibilidades de melhora na gestão do capital.
A implementação de processos administrativos eficientes e, contar com informações relevantes para a tomada de decisões, é fundamental para o sucesso do planejamento financeiro. Isso tem a ver diretamente com os modelos de gestão adotados e a capacitação permanente dos funcionários.

Equipe Gerencial

É fundamental contar com uma equipe que seja capaz de gerenciar as otimizações e melhorias nos processos para acelerar os resultados. Neste sentido, todos os colaboradores têm um papel fundamental. Além do treinamento necessário (seja para o uso das ferramentas, conceitos, procedimentos e processos, o team  tem que ser capaz de assimilar cada melhoria.
Soluções de planejamento financeiro, quando bem aproveitadas, permitem que as instituições de saúde se ajuste conforme suas necessidades específicas. Se as condições e ferramentas de trabalho são efetivas, os gestores podem dedicar mais tempo às avaliações e formulação de cenários para identificar, mês a mês, o que pode ser melhorado, inclusive em relação à redução de custos.
Assim, os responsáveis pela administração podem saber se o orçamento, por exemplo, é funcional. Até mesmo alguns limites de gastos podem ser ativados para que o orçamento seja limitado e evitar que a instituição gaste mais do que pode. Inclusive análises do tipo forecasting são facilitadas, já que simulacros pode ser rapidamente construídos e visualizados.
Para tanto, é preciso formar equipes capazes de trazer novos modelos de gestão, e o recrutamento do setor de Recursos Humanos precisa estar totalmente comunicado sobre as decisões administrativas para orientar as buscas de acordo com os objetivos gerais e específicos da instituição.

Planejamento empresarial

Quando tratamos especificamente com instituições de saúde, o planejamento empresarial é fundamental para melhorar o nível de maturidade da gestão, já que se conecta com o tópico anterior deste artigo, a melhoria dos profissionais envolvidos com a administração. Sempre que uma instituição de saúde faz uma gestão estratégica, é capaz de definir sua missão, visão, valores, metas e objetivos.
Neste sentido, os planos de ação são desenvolvidos para definir os controles e metodologias empregadas na administração financeira. Todos os departamentos devem ser considerados pela estratégia, inclusive os que não tem necessariamente a ver com a gestão em si. Mesmo assim, a qualidade dos serviços, a humanização do atendimento, o controle das infecções hospitalares e a eficiência de todos os serviços oferecidos pela instituição influenciam, diretamente, na rentabilidade.
O planejamento empresarial, desenvolvido com o uso de projeções e que considera estimativas alinhadas com as possibilidades econômicas, tem impacto direto nos resultados financeiros. Para tanto, é preciso criar um plano estratégico para administração financeira e integrar e coordenar os mesmos com os planejamentos operativos de todos os setores da instituição. É a melhor maneira de assegurar que os objetivos definidos possam ser materializados.

Indicadores de performance

Com mais informações, melhores decisões são tomadas. Neste sentido, aplicar a tecnologias disponíveis para uma melhor gestão financeira em instituições de saúde tem, como consequência, além da otimização das tarefas administrativas, um incremento de receita.
Para tanto, é importante contar com informações financeiras de gestão oportunas, para que as análises possam ser feitas com base a indicadores de performance, ou os chamados KPIs. Estes controles podem ser feitos de forma manual, mas o uso de um software específico podem proporcionar relatórios gerenciais detalhados.
Sobre as métricas específicas da gestão hospitalar, a maior vantagem de contar com informações de qualidade e pensadas para a área é dar um panorama geral e efetivamente real sobre a situação atual tanto das finanças como do empreendimento em si e, com isso, poder antecipar problemas futuros e se ajustar o funcionamento.
Neste sentido, as métricas mais importantes são as que refletem o rendimento da produtividade, o que se relacione diretamente à eficácia da administração. Para tanto, são usados indicadores como:

Taxa de Ocupação Hospitalar

Indicador que se relaciona com a produtividade da instituição. Quando muito alta, pode mostrar que há algo fora da rotina de costume, quando muito baixo, mostra que a gestão está falhando de alguma forma. Esta métrica serve, em específico, para evidenciar o uso dos leitos hospitalares, algo que tem um custo algo para a unidade.

Taxa de Ocupação de UTIs

Índice que reflete aspectos relacionados à logística, seu resultado pode ter a ver com a satisfação dos pacientes em si. Quando dizemos que um leito custa muito, um leito de UTI custa muito mais. Por exemplo, se a taxa de ocupação das UTIs é muito elevada, pode ser que a unidade precise recusar pacientes com cuidados intensivos.
De fato, recusar pacientes não é ideia de nenhuma instituição de saúde, pelo que podemos entender que é preciso se ajustar às oscilações da demanda.

Indicadores de Rentabilidade

Especialmente indicados quando queremos acompanhar o desempenho econômico e financeiro da instituição de saúde. Com estes, pode-se feita uma análise sobre a rentabilidade da instituição, sempre alinhada com os objetivos específicos de cada profissional e setor. Entre as principais:

  • Por procedimento: quais são os que geram mais rentabilidade para a unidade e quais são os motivos. Ou seja, se as ferramentas e soluções empregadas estão, efetivamente, gerando bons resultados clínicos e financeiros. Com isso, é possível avaliar quando vale a pena investir em um processo ou equipamento mais eficiente para entender se o valor dos procedimentos está de acordo com as condições da unidade e alinhado com as possibilidades dos pacientes.
  • Por Profissional: Não é raro encontrar casos onde os pacientes buscam determinada instituição em função de um ou mais profissionais que atuam na mesma. Para tanto, acompanhar e identificar os médicos que mais dão retorno à instituição pode indicar que a equipe pode ser renovada ou se está atendendo às necessidades de rentabilidade.
  • Por convênio: identificar a porcentagem de pacientes atendidos via convênio e quais são as parcerias que geram mais resultados financeiros positivos.
  • Por especialidade: Algumas unidades são conhecidas pela sua excelência em algum tipo específico de especialidade médica. Ou seja, há clínicas, por exemplo, que se destacam pelos procedimentos pediátricos, geriátricos, obstétricos, entre outros. Mesmo que não haja uma especialmente destacada, a unidade pode avaliar a rentabilidade das que tem em sua carteira e verificar o retorno de cada uma.
  • Por setor: Setores diferentes podem proporcionar rentabilidades também diferentes. Mesmo assim, há vários aspectos que definem o comportamento financeiro de cada área. Por isso, neste tipo de abordagem, uma unidade de saúde pode ser avaliada como qualquer outra empresa e considerar a eficiência dos seus ativos como um objeto de análise.

Especialmente nos momentos de crise, quando os recursos são mais escassos e a demanda tende a diminuir, o acompanhamento das métricas mais importantes é fundamental para que a instituição tenha uma visão global de seu funcionamento e possa, realizar ações específicas, preventivas e corretivas.

Criação de um programa de redução de desperdício

O gasto relacionado com os desperdícios ainda são um ponto pouco claro ou mesmo fácil de medir. Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma cultura mais intensa de medição neste sentido. De fato, indicam que o desperdício norte-americano é alto, girando ao redor de 20 dos gastos totais com saúde.
Para modificar essa tendência, é fundamental contar com um programa de redução de desperdícios, que pode ser aplicado em todas as áreas da instituição. Antes, identificam-se os itens a avaliar, dependendo da especialidade da instituição, e a partir de relatórios mensais ou trimestrais, os indicadores podem ser monitorados e o desempenho individual corrigido.

Conclusões

A saúde financeira, em momentos de crise, é mais importante ainda. Para tanto, é fundamental contar com equipes capacitadas e fornecer ferramentas de gestão de instituições de saúde para ganhar agilidade, reduzir os gastos e gerenciar tudo de forma eficiente. Se quiser saber mais sobre como otimizar a performance de sua unidade, não deixe de acompanhar nosso blog. Até o próximo artigo!