Em agosto de 2019, o Brasil se tornou mais uma vez o centro das atenções do mundo, dessa vez não pelo futebol ou pela crise política nacional, mais sim devido aos incêndios na Amazônia. O número de focos de incêndio registrados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) revelou que houve um aumento de 82% no Brasil em relação ao mesmo período do ano anterior, confirmando tamanha fatalidade ao meio ambiente tupiniquim. 
A relevância desse dado não traz apenas preocupações com as áreas afetadas da floresta, mas também com as consequências que a população da região terá, além de todas as perdas relacionadas à biodiversidade do território em um período a longo prazo. 
Algo interessante que pôde-se notar, foi o que os ventos úmidos vindos do norte desencadearam para as regiões Sul e Sudeste. As correntes de ar trouxeram uma fumaça negra e densa, oriunda dos focos de fogo do Cerrado e da própria Amazônia, que a medida que os dias foram passando foi se deslocando pelo país até chegar a diversas cidades dos estados de São Paulo e Paraná. 
Devido a este acontecimento, gerou-se grande comoção entre a população mundial, muitos ambientalistas e protecionistas do meio ambiente. 
Você sabia? Que o aumento dos focos de incêndio em biomas brasileiros, verificado no mês de agosto de 2019 foi de 52,5% na Amazônia, de 30,1% no Cerrado, seguido pela Mata Atlântica, com 10,9%.

O que provoca os incêndios na Amazônia 

Para que haja fogo em um local como a Amazônia, é necessário combinar fontes incendiárias (que podem ter origem natural, como é o caso dos raios, ou ter origem humana, com o uso de isqueiro ou cigarro), juntamente de algum material combustível (ou seja, ter o que queimar, como gasolina, pedaços de madeira e/ou folhas), além também de ter contar também com as condições climáticas (seca).
Como a Amazônia é uma floresta tropical e uma de suas características principais é a umidade, os incêndios mais recorrentes ocorrem quando a madeira desmatada fica “secando” por alguns meses e, então, é incendiada para abrir espaço para pasto que é utilizado na criação de gado ou também na agricultura. 
Segundo especialistas, um incêndio natural não acontece com facilidade na Amazônia a não ser que tenha interferência humana.

O que é um incêndio florestal 

O incêndio florestal pode ser separado em 3 categorias, entenda suas diferenças a seguir:

Limpeza de pasto para agricultura

Esta é uma técnica muito antiga, antes utilizada em pequenas áreas, e que foi substituída por outras mais modernas com o passar do tempo. 
A prática em si não é proibida no Brasil, desde que a queima seja controlada, esteja dentro dos critérios legais e com autorização do órgão ambiental responsável e competente. Com essas medidas, o intuito é de minimizar o alcance do fogo e do impacto da poluição do ar na saúde da população. 

Queima de floresta já derrubada

Este tipo de queima leva em média de dois a três meses após o desmatamento de uma área, geralmente quando os troncos e folhas das árvores estão mais secos. Este tipo de queimada é o que gera mais fumaça, pois há mais material para queimar.

Incêndio de floresta em pé

A queima da mata em pé pode ocorrer de duas maneiras: 

  1. Incendiando as árvores para que a floresta fique degradada e, aos poucos, morra;  
  2. Quando a origem do fogo de uma pastagem atinge uma floresta em seu entorno, consequentemente atingindo as árvores pelo contato por uma faísca. Ainda também existe a possibilidade de simplesmente o fogo ir se alastrando pelo solo.

A relação entre o desmatamento e os incêndios na Amazônia 

Além de registrar e coletar dados sobre os focos de incêndio na Amazônia, o INPE também é responsável por medir como estão os níveis de desmatamento na Amazônia Legal (território brasileiro que compreende 9 estados onde está localizado o bioma). No ano de 2018, em julho, foi notificado um alerta referente a 596,6 km² sobre os focos de desmatamento na Amazônia. Já em julho de 2019, o número verificado foi crescente, e em certa medida exorbitante – 2.254,9 km² – quase quatro vezes maior que o ano anterior.  
Os focos de incêndios na Amazônia foram de 31% até agosto de 2019, sendo este número referente a áreas que antes eram floresta até o mês de julho de 2018. Uma conclusão sobre essas informações foi feita através de uma análise da ONG WWF-Brasil, sobre focos de queimadas no bioma, com base em séries históricas de imagens de satélite e também em dados coletados e disponibilizados pelo INPE.
O resultado do levantamento dessas informações revelou que cerca de um em cada três focos de incêndios registrados em 2019 não tiveram relação com a limpeza de pastagens, mas sim com queimadas que ocorreram pelo corte de áreas de floresta, que é altamente relacionado ao ciclo tradicional de corte e queima. Com isso, é importante destacar que factualmente o uso do fogo é um dos estágios finais de desmatamento, após o corte raso da floresta nativa.

Impactos ambientais dos incêndios na Amazônia 

Existem diversos impactos imediatos dos incêndios na Amazônia, contudo, três são mais facilmente evidentes ao meio ambiente e aos seres que nele habitam:

  1. Perda da biodiversidade → tanto em relação a fauna (vegetação) quanto a flora (os animais), pois estes são atingidos diretamente pelos focos de incêndio;
  2. Perda de qualidade do solo → a terra torna-se menos fértil e gradualmente mais frágil e suscetível ao processo de erosão;
  3. Problemas de saúde → a tendência é que casos de doenças respiratórias nas cidades próximas às queimadas aumentem devido a fumaça que contém fuligem.

Como os incêndios na Amazônia podem ser combatidos

Existem algumas formas de evitar que o fogo se alastre sem controle, veja duas delas a seguir:

Aceiros 

Abrir espaços que não tenham vegetação ao redor da área que está sendo queimada. Uma estrada, por exemplo, impede que o fogo se espalhe além dos seus limites.

Brigadistas

O corpo de bombeiros (naturalmente) faz com que os brigadistas sejam treinados para combater o fogo em caso de incêndios na Amazônia.