A escarlatina é uma doença aguda e infecciosa – causada por uma bactéria que chamamos de estreptococo beta hemolítico, pertencente ao grupo A. Geralmente, é uma doença que afeta muito mais crianças em idade escolar.

Estreptococo é um gênero de bactérias que tem uma forma de coco gram-positivas – a maior parte é inofensiva, mas podem causar doenças no ser humano. Elas fazem parte da microbiota da boca, intestino, trato respiratório superior ou pele.

Os estreptococos também são agentes causadores de infecções da garganta, como a amigdalites, e da pele – como impetigo e erisipela. O aparecimento da doença em destaque não depende de uma ação direta do estreptococo, mas sim de uma reação de alergia às substâncias/toxinas que a bactéria produz. Sendo assim, a mesma bactéria pode provocar doenças diferentes em cada indivíduo que infecta.

Em geral, o período de incubação da escarlatina pode decorrer de 2 a 4 dias – podendo também variar entre 1 a 7 dias, dependendo bastante do organismo do paciente.

Sintomas

Por ter um início súbito, a escarlatina pode apresentar vários sintomas. Destacamos alguns que são bastante comuns para esse tipo de doença, como:

  •         Dor de garganta intensa;
  •         Calafrios e febre alta nos primeiros dias;
  •         Mal-estar;
  •         Perda de apetite;
  •         Náusea e vômito;
  •         Dor de cabeça
  •         Dor no corpo
  •         Dor de barriga;
  •         Aumento dos gânglios do pescoço;
  •         Caroços vermelhos cobertos por uma fina camada branco amarelado na língua;
  •         Erupções cutâneas – pequenas manchas vermelho-escarlate no pescoço, rosto, axila, virilha e etc.

A escarlatina é uma doença em que aparece associada a febre, infecção na garganta e uma erupção típica na pele. Tem início súbito com febre, mal-estar, dores de garganta, por vezes, vômitos, dor de barriga e prostração. A febre – que pode ser elevada nos 2 ou 3 primeiros dias – vai diminuindo progressivamente, mas pode manter-se durante uma semana.

A erupção da doença em destaque pode aparecer por volta do 2º dia, tendo seu início na região do pescoço e o tronco, progredindo em direção à face e membros.

Ela é constituída por pequenas manchas do tamanho de uma cabeça de alfinete, de uma cor vermelho intensa e que são mais características na face, axilas e virilhas – poupando a região em volta da boca, que se mantém pálida, e as palmas das mãos e plantas dos pés.

Estas alterações também podem atingir a região da língua, que se apresenta branca e saburrosa no início, ficando depois com aspecto de framboesa – a famosa língua em framboesa – devido ao aumento das papilas que adquirem um tom vermelho arroxeado nos bordos e na ponta da língua.

A erupção da escarlatina, que faz com que a pele tenha um toque áspero, desaparece ao fim de 6 dias, acompanhando-se de uma descamação fina durante alguns dias. Nas mãos e pés a descamação pode ser em lâminas.

Como qualquer outra infecção bacteriana, essa doença pode evoluir bem ou com sérias complicações – entretanto, essas condições são raras.

Transmissão

Por ser considerada uma doença muito contagiosa, sua transmissão pode ser facilmente feita de pessoa para pessoa – através de secreções infectadas ou gotículas de saliva.

Ela pode ser transmitida até mesmo por portadores saudáveis, mas que transportam a bactéria no nariz ou na garganta sem apresentarem os sintomas incômodos.

Para evitar que a condição se espalhe, o paciente deve utilizar máscaras de proteção em locais públicos – como escolas, shoppings, praças e principalmente no transporte público. Em crianças, recomenda-se que a mesma permaneça em casa por um período e 1 dia – ou mais, dependendo do quadro clínico – para evitar que se prolifere entre os demais.

Como podemos prevenir?

As bactérias são transmitidas pelo contato direto com pessoas infectadas – ou então por gotículas exaladas por uma pessoa que esteja contaminada.

Dessa forma,  a melhor forma de prevenir escarlatina é evitando o contato com pessoas infectadas.

Complicações

Como muitas outras doenças, a escarlatina também pode ter complicações – quando a condição avança ou quando não é tratada de maneira correta. Entre as complicações, podemos destacar:

Fase aguda (precoce)

Quando há uma disseminação da infecção a outros locais do nosso organismo, podendo causar doenças como meningite, laringite, sinusite, otite e entre outros.

Tardias

Essas podem surgir semanas após o seu desaparecimento, trazendo consigo glomerulonefrite – que são lesões do rim que podem evoluir para uma insuficiência renal – e a febre reumática, que consiste em lesões das válvulas do coração.

Tratamento

O tratamento da escarlatina é bastante simples. Um dos medicamentos mais indicados para tratar de forma eficaz a doença, é a penicilina. Pacientes alérgicos a essa droga podem recorrer a outros antibióticos, especialmente à eritromicina.

Analgésicos e antitérmicos também podem ser muito úteis para alívio dos sintomas.
Apesar do tratamento ser simples, é de suma importância que se siga as recomendações médicas e administrar apenas os medicamentos que foram prescritos para seu quadro clínico. Nunca se automedique nessas situações – isso evita complicações futuras e que a doença seja tratada com descaso.

Diagnóstico

O diagnóstico é basicamente clínico, visto por meio da observação dos sintomas. Porém, alguns exames laboratoriais – como o de cultura e o teste rápido de pesquisa do estreptococo na garganta – conseguem ajudar a identificar a bactéria e estabelecer o diagnóstico diferencial, pois existem outras doenças com sintomas semelhantes.

É importante ressaltar que o tratamento é iniciado imediatamente mesmo quando o teste rápido dá negativo, pois esse resultado não é suficiente para descartar a infecção.

Recomendações

Para evitar que a doença se agrave ou que ocorra um contágio, separamos algumas recomendações importantes para serem levadas em conta. Incluímos a lista:

  •         Manter o paciente em repouso enquanto o quadro não se curar completamente;
  •         Preferir alimentos fáceis e de fácil deglutição;
  •         Manter-se hidratado, bebendo água ou sucos;
  •         Em casos de febre, dor de garganta e/ou mal-estar, buscar um médico;
  •         Manter o paciente longe de obrigações de rotina por pelo menos 24 horas após o início do tratamento.