A coqueluche é definida por ser uma doença respiratória, e que é transmitida e causada por meio de uma infecção bacteriana. A complicação é presente no mundo todo, sendo sua principal característica as crises de tosse seca. 
Você sabia? No período entre os anos de 2016 e 2017 foram notificadas 12.685 suspeitas de quadros de coqueluche, em todo Brasil.  E dentre os casos que foram confirmados com a complicação, destacam-se os estados de São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais, que representaram uma maior incidência de contágio da doença com 20,7%, 14,4% e 9%, respectivamente.

O que é a coqueluche 

A coqueluche, conhecida também como “tosse comprida”, é uma doença infecciosa aguda que dispõe de um alto índice de transmissão. Essa condição pode afetar todos os grupos da sociedade, contudo, normalmente o grupo mais atingido pela doença são os bebês com menos de 1 ano de idade. 

O que causa coqueluche  

A doença é causada devido a uma infecção por meio da bactéria Bordetella pertussis. A complicação compromete especificamente as vias aéreas do corpo, sendo a traqueia e os brônquios os locais mais atingidos. 
A coqueluche é transmitida sobretudo pelo contato direto entre uma pessoa doente e outra que está suscetível a infecção, por meio de gotículas de secreção que são eliminadas durante a fala, a tosse ou por meio de espirros. Além disso, a transmissão também pode ocorrer pelo contato de objetos contaminados com secreções de pessoas infectadas com a doença, contudo, este caso não ocorre com tanta frequência devido a dificuldade da bactéria conseguir sobreviver fora da pessoa infectada por muito tempo. 
Outra informação importante a se destacar, é o fato da doença ser altamente contagiosa, dispondo de uma taxa de ataque secundário de 90% (considerando também, as pessoas que entram em contato com o doente).

Sintomas

Sintomas catarrais

Após o período de incubação da bactéria, as manifestações se iniciam de forma que podem enganar o diagnóstico da coqueluche. Isso ocorre pois os primeiros  sintomas são os catarrais, que duram de uma a duas semanas. Dentre eles podem ser citados: 

  • Mal-estar;
  • Coriza nasal;
  • Tosse seca;
  • Lacrimejamento; 
  • Falta de apetite;
  • Febre baixa.

Informação importante a se destacar é que este período é considerado aquele que pode ocorrer maior transmissibilidade da bactéria para pessoas saudáveis.

Sintomas paroxísticos 

Neste estágio de desenvolvimento dos sintomas, observa-se uma piora da tosse seca assim como o de outros sinais.
 Dentre os sintomas desta fase, é possível observar:   

  • A tosse leve e seca tornando-se severa e descontrolada, tendo seu início repentino e ocorrendo de maneira suscetível;
  • Que a tosse pode tornar-se intensa ao ponto de comprometer a respiração, devido a uma inspiração profunda que provoca um som agudo parecido com um guincho;
  • Os períodos de crise de tosse causam falta de ar, e com isso o esforço para tossir pode fazer com que a face do doente fique azulada (cianose), sendo capaz de provocar vômitos e causar desidratação.

Fase de convalescença

Na fase de convalescença, os sintomas vão diminuindo gradualmente e os acessos de tosse são substituídos por episódios de tosse comum. 
Essa fase pode durar de duas a seis semanas, sendo descritos casos com até três meses de duração. 
O curso clínico pode variar de acordo com idade e estado de imunização do paciente. Crianças não vacinadas ou incompletamente vacinadas, como menores de seis meses, constituem um grupo de risco para evolução da doença de modo grave, além também de poder levá-las à morte. 

Diagnóstico

O diagnóstico da complicação é realizado mediante o isolamento da B. pertussis através da coleta de material colhido da região da nasofaringe. Além disso, um exame de sangue também pode ser necessário para um diagnóstico preciso. 

Tratamento

No caso de contágio de bebês e algumas crianças pequenas, será necessária a sua internação no hospital  para observação e suporte respiratório durante seu tratamento. Em certos casos, pode ser que seja necessário a administração de líquidos intravenosos devido a desidratação, principalmente se os sintomas os impedirem o doente de beber líquidos suficientes.
Como esta doença é uma infecção bacteriana, o uso de medicamentos antibióticos são o principal método de tratamento. Os antibióticos são mais eficazes nos estágios iniciais complicação, no entanto, também podem ser usados ​​nos estágios finais da doença (fase de convalescença) a fim de impedir impedir o contágio de outras pessoas.
Embora os antibióticos possam ajudar a tratar a infecção, eles não previnem ou tratam a tosse. No entanto, os medicamentos para tosse não são recomendados, pois eles não tratam os sintomas da coqueluche e podem causar efeitos colaterais prejudiciais para bebês e crianças pequenas, principalmente.
Muitos médicos sugerem o uso de umidificadores em ambientes fechados para manter o ar úmido e ajudar a aliviar os sintomas da tosse causada pela doença.

Prevenção 

As principais estratégias de controle da coqueluche são a manutenção de altas coberturas vacinais e a prevenção de casos secundários através da busca ativa de sintomáticos respiratórios entre os comunicante.  

Vacina de células inteiras 

No Brasil, as vacinas que apresentam o componente Pertussis de células inteiras e que também fazem parte do calendário de vacinação para crianças menores sete anos de idade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) são: 

  • Vacina Pentavalente (vacina difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae b conjugada) → recomendada aos dois, quatro e seis meses de idade; 
  • Vacina DTP (vacina difteria, tétano e coqueluche) → recomendada aos 15 meses e aos quatro anos de idade. 

Vacina acelular (vacina dTpa) 

Esta vacina foi introduzida no calendário vacinal de gestantes e profissionais da saúde a partir de novembro de 2014. O objetivo desta imunização é de conferir proteção aos recém-nascidos pela passagem de anticorpos maternos, garantindo proteção nos primeiros meses de vida, ou indiretamente, por conferir imunidade para a mãe e para o grupo de profissionais de saúde que prestam atendimento a essa população. 

  • Gestantes: o esquema recomendado da vacina dTpa é de uma dose a cada gestação, a partir da 20ª semana de gravidez, e preferencialmente até a 36ª semana, independente do número de doses prévias da vacina dT ou de ter recebido vacina dTpa em outra (s) gestação (ões);
  • Puerpério: para mulheres que não foram vacinadas durante a gestação. Essa vacina deverá ser feita até 45 dias após o parto; 
  • Profissionais de saúde: a vacina dTpa é indicada para os profissionais de saúde médica, incluindo anestesistas, ginecologistas, obstetras, neonatologistas, pediatras, enfermeiros e técnicos de enfermagem que atendam recém-nascidos em maternidades e/ou berçários/UTIs neonatais.