Larva Migrans cutânea (LMC), popularmente conhecida como bicho geográfico, é uma doença de pele causada por várias espécies de parasitas. Além destes dois nomes citados anteriormente, essa condição também pode ser chamada de dermatite serpiginosa ou dermatite pruriginosa.
Esta é uma doença normalmente mais relacionada aos climas quentes. Na verdade, é uma das condições de pele mais frequentes em pessoas que viajaram para um país tropical.
Leia para descobrir mais sobre a complicação, veja como ela é tratada e o que você pode fazer para evitá-la.

O que causa o bicho geográfico

O bicho geográfico pode ser causado por várias espécies diferentes de larvas de ancilóstomos. Uma larva é uma forma juvenil do ancilóstomo. 
Esses parasitas são tipicamente associados a animais como cães e gatos. Eles vivem dentro do intestino dos animais, despejando os ovos em suas fezes. Desses ovos eclodem as larvas, podendo desta forma causar uma infecção.
A infecção pode ocorrer quando a pele entra em contato com as larvas, normalmente em solo ou areia contaminada. Quando o contato é feito, as larvas se enterram na camada superior da pele.
As pessoas que andam descalças ou sentadas no chão sem uma barreira protetora, como uma toalha ou canga, correm um risco maior de contaminação do parasita.
Essa doença é mais comum nas regiões mais quentes do planeta. Incluindo territórios como:

  • Sudeste dos Estados Unidos;
  • Caribe; 
  • América Central e do Sul;
  • África;
  • Sudeste da Ásia.

Sintomas de bicho geográfico

Os sintomas da doença geralmente aparecem entre 1 a 5 dias após a contaminação pelo parasita, embora às vezes possa demorar mais. 
O primeiro sintoma aparente do bicho geográfico é dado pela a manifestação de um pequeno ponto vermelho e saliente na área por onde a larva penetrou a pele. 
Outros sinais e sintomas da complicação podem aparecer em minutos ou até mesmo demorar a desenvolver-se por semanas. Estes sintomas incluem:

  • Coceira intensa, e que piora à noite;
  • Linhas salientes e avermelhadas;
  • Inchaço;
  • Formação de pápulas eritematosas;
  • Sensação de movimento debaixo da pele.

Enquanto os sintomas vão acontecendo, a larva permanece como se estivesse adormecida sob a pele. Quando começa a se desenvolver e movimentar, a lesão cresce cerca de 1 cm por dia no tecido subcutâneo, uma vez que a larva não consegue atingir os intestinos do doente, como ocorre no caso dos cães e gatos.

Diagnóstico 

O diagnóstico do bicho geográfico é clínico, ou seja, é baseado nos sinais característicos que o parasita deixa na pele, além também do histórico do paciente. É muito necessário levar em consideração a existência de surtos da doença nos ambientes que a pessoa frequenta. 
Se você vive em uma região úmida e/ou tropical, os detalhes sobre o ambiente e o seu cotidiano podem vir a ajudar e esclarecer diagnóstico do profissional de saúde.

Tratamento

O bicho geográfico é uma parasita autolimitado. As larvas sob a pele geralmente morrem após 5 a 6 semanas sem tratamento.
No entanto, em alguns casos, pode levar mais tempo para a infecção desaparecer. O uso de medicamentos tópicos ou orais pode ajudar a limpar a infecção mais rapidamente e com maior facilidade.
Um medicamento chamado tiabendazol pode ser prescrito e aplicado topicamente às lesões várias vezes ao dia. Pequenos estudos descobriram que, após 10 dias de tratamento, as taxas de cura são tão altas quanto.
Se você tiver desenvolvido várias lesões ou uma infecção grave, pode ser que seja necessário se utilizar de medicações orais. As opções incluem albendazol e ivermectina. As taxas de cura para esses medicamentos são próximas de 100%.

Prevenção do bicho geográfico

Se você estiver viajando para uma área onde o bicho geográfico pode estar muito presente no meio ambiente, é bom e apropriado seguir algumas medidas para ajudar a prevenir que a infecção ocorra. 
Veja algumas medidas que você pode tomar:

  • Usar sapatos: muitas infecções pela Larva Migrans cutânea ocorrem nos pés, geralmente devido a andar descalço em áreas contaminadas;
  • Considere suas roupas: outras áreas comuns de infecção desse parasita incluem as coxas e as nádegas. Por isso, procure usar roupas que cubram essas áreas também!;
  • Evite sentar ou deitar em áreas potencialmente contaminadas: essa é uma medida simples que evita o risco da pele poder ser exposta a larvas, sendo assim, olhe bem onde você está indo sentar ou deitar (principalmente se estiver na praia ou no campo);
  • Use uma barreira protetora ao sentar ou deitar: se você estiver sentado ou deitado em uma área que pode estar contaminada, colocar uma toalha ou tecido para baixo às vezes pode ajudar a impedir a infecção do parasita;
  • Cuidado com os animais: se possível, evite áreas frequentadas por muitos animais, principalmente cães e gatos. Se você precisar viajar por essas áreas, use sapatos;
  • Fique atento a época do ano: algumas áreas tem picos de infecções durante a estação das chuvas. Sabendo disso, pense bem antes de ir para uma área com alto índice da doença durante essas épocas do ano.

Informações rápidas sobre o bicho geográfico

Esta é uma condição causada por certas espécies de larvas de ancilóstomos. Essas larvas podem estar presentes em solo contaminado, areia e ambientes úmidos e podem se espalhar para os seres humanos quando entram em contato com a pele.
O bicho geográfico é caracterizado pelo surgimento de lesões avermelhadas na pele, que coçam e crescem em um padrão torcido ou semelhante a uma cobra. Geralmente desaparece sem tratamento após várias semanas, contudo, o uso de medicamentos tópicos ou orais podem fazer com que a infecção desapareça mais rapidamente.
Se você estiver viajando para uma área que esteja sofrendo com altos índices da condição, tome medidas de precaução. Isso inclui medidas como, usar sapatos e roupas de proteção, além de evitar áreas frequentadas por animais.